Prêmio Mineiro de Música Independente

Vagner Ramos

Som pra chacoalhar a cabeça! Mariana foi sede do Prêmio Mineiro da Música Independente no sábado, 03 de junho. O Sagarana Café-Teatro, espaço conhecido por ser bem diversificado quanto às suas atrações musicais, sempre é um lugar bastante frequentado pelos alunos UFOP em seu período de lazer. E desta vez não foi diferente. Várias bandas do cenário do rock independente da capital e região subiram ao palco para mostrar seu trabalho.

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Banda Skactus (Foto: Divulgação)

O Prêmio Mineiro da Música Independente é um evento itinerante realizado em várias cidades de Minas, com o intuito de revelar novos artistas e estimular a produção musical mineira. Criado em 2005, o circuito já contou com vários nomes importantes no cenário musical brasileiro. Já participaram do evento nomes de peso como Pato Fu, Wilson Sideral e Tianastácia. Para participar do evento, as bandas deveriam apresentar no mínimo duas músicas autorais. Os participantes dessa edição foram convidados pela organização. Dentre as várias categorias no PMMI, a edição de Mariana, contemplou as de Rock, Rock Pesado, Cover, Reggae, Hardcore e Instrumental. Segundo Ronei César, organizador do evento, o resultado será divulgado em breve, e a premiação acontecerá em outubro, num grande evento em Belo Horizonte que reunirá os vencedores de cada etapa.

Os shows
Programada para ser a primeira atração da noite, a banda Carnivale, de Ouro Preto, teve um imprevisto de última hora e não pode participar. Foi chamada então, às pressas, a banda Chuva, de Sabará, para abrir o festival. Com um som agressivo, o trio abusou das distorções e conseguiu agitar o ainda tímido público que prestigiava. O som autoral e pesado da banda, fez com que a plateia presente nem desse conta de que a atração não estava escalada no line up inicial.

Após uma abertura de presença forte e marcante da Chuva, a banda 80 Rock, também de Sabará, subiu ao palco para tocar as suas músicas progressivas e de forte apelo político em suas letras de protesto. Com a harmonia sendo comandada pelos teclados de Lúcio Machado, a 80 Rock embalou o bom público já presente, e que pouco se importava com a fina chuva que caía naquele momento. Érica Daher, aluna de História, se diz eufórica com a realização do evento: “Nós que gostamos de rock ficamos meio que sem muita opção por aqui. Quando aparece temos que prestigiar. Poderia ter vários outros. Vale muito a pena, e hoje as bandas estão ótimas”.

Logo após o término da 80 Rock foi a vez da banda marianense Skactus se apresentar. Com o maior público da noite, os músicos da cidade fizeram um show digno de atração principal do evento. E de fato foi o ponto alto da noite. Munida de metais harmônicos e um repertório vasto de canções de bandas e artistas consagrados da música brasileira, como Jorge Ben Jor, Tim Maia e Paralamas do Sucesso, a Skactus fez o chão do Sagarana tremer. Aluno de Turismo e primo do vocalista da Skactus (Neimar Valentim), Herbert Magela falou um pouco sobre a trajetória da banda: “Sempre acompanhei os caras desde o início, e tocar em um evento como esse traz uma visibilidade fantástica pra banda. Tomara que venham mais e mais oportunidades e grandes apresentações. Sentimos falta de grandes eventos como esse”.

Fat Old Style veio logo em seguida com um som autoral e bastante pesado. O duo marianense abusou das distorções e com riffs longos não fez feio frente aos adoradores do estilo headbanger. Impressionante como somente dois integrantes conseguiram manter o público atento e empolgado com seu som agressivo e marcante.

Já famosos no cenário ouropretano, a 2 Dedo justificou toda a sua fama e entregou uma performance digna de profissionais de alto gabarito. A essa altura, por volta das 01h30, o público já havia diminuído, mas a empolgação não. O som autoral de características que remetem aos clássicos do Heavy Metal como Metallica, Black Sabbath, Iron Maiden e Sepultura, é de técnica apurada e de arranjos muito bem trabalhados. Destaque para os vocais de Christiano Silveira. Karem Andrade, aluna de Jornalismo, relata o sentimento de que faltam mais eventos como este na região: “Hoje está sendo uma noite marcante, com ótimas bandas e música de qualidade. Quem dera tivesse um evento desse por mês. Nós que gostamos de rock, hoje em dia temos poucas opções, infelizmente. Mas o público é fiel, e se tivessem mais eventos, com certeza a galera iria prestigiar todos”.

2dedoBanda 2 Dedo (Foto: Otávio Honorato)

E para encerrar o evento, a banda Fatal Guns, cover do Guns N’ Roses, de Belo Horizonte, trouxe ao palco os maiores sucessos da banda americana. Contando com um vocal potente, porém muito estridente de Daniel de Moro, a Fatal Guns conseguiu manter o alto nível de música, que estava nos planos dos organizadores do evento, fechando assim de maneira excelente mais uma data do circuito. “Sempre é bom ter eventos que apresentam novas bandas e que dão oportunidade para que elas mostrem seu trabalho. Quem sabe daí não aparece uma nova atração que será conhecida no país inteiro?”, questionou Tainara Rabelo, aluna de Pedagogia.

Mostrando-se ser uma ótima opção de lazer para os alunos UFOP, o Sagarana manteve sua popularidade e sua particularidade de ser um espaço bem eclético, agradando “gregos e troianos” quando o assunto é música. Embora os alunos que gostam de rock sintam falta de mais eventos voltados para o gênero, a recepção foi ótima e aprovada pela grande maioria. Que venham mais eventos desse porte, e que não demorem para que o sentimento de que falta um maior prestígio para esse tipo de público não aumente muito.

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